Rumo aos 100 – A Vela do ICRJ: breve histórico e principais regatas

Em 1934, foi criado o departamento de Barcos à Vela do ICRJ, na época ainda chamado de Fluminense Yacht Club. O desenvolvimento da prática e o apreço pela navegação à vela já estavam previstos nos fins principais do estatuto do clube desde sua fundação em 1920.

Na época, o clube adquiriu quatro barcos da classe Sharpie para que os associados pudessem praticar o esporte e sediou sua primeira regata. Empolgado pelo sucesso do evento, o Comodoro Arnaldo Guinle promoveu a criação da Liga Carioca de Vela e Motor, filiando o ICRJ à Federação Aquática do Rio de Janeiro.

Anos depois, em 1936, a primeira delegaçao do clube competiu externamente, em regatas promovidas pelo Yacht Club Paulista, na represa de Santo Amaro. O esporte dentro do ICRJ e suas equipes foram crescendo a cada vez mais, resultando na criação de flotilhas e realizaçao de campeonatos.

Entre algumas competições tradicionais radicadas no ICRJ estão: A volta da Ilha Rasa, a Taça Comodoro, a Taça Rei Olav e a Taça Eficiência, sendo que esta última representa toda a campanha de um barco ao longo do ano, contando todas as disputas da classe, para aprontar a tripulação mais regular da temporada.

A Volta da Ilha Rasa tinha como curiosidade a participação de várias classes com uma largada única, tornando possível a comparação do desempenho dos eficientes veleiros, quase sempre liderados pelos star que se mostravam os mais velozes no percurso que iniciava no Morro da Viúva, seguia em direção a Ilha Rasa, situada a cerca de 7 milhas ao sul da Barra e retornava a enseada de Botafogo, naquela que era uma das mais interessantes e concorridas regatas enquanto fez parte do calendário (com o nome Marcílio Dias nas últimas ediçoes).

Instituída em 1953, pelo então Comodoro do Clube Raul Pinto de Carvalho, a Taça Comodoro Iate Clube do Rio de Janeiro constitui uma série de regatas realizadas anualmente por volta do mês de março para as diversas classes representadas pelos associados, desde os novatos da Optimist até os veteranos da Oceano.

Outras competições importantes foram criadas ao longo dos anos, como a Taça Rei Olav, em homenagem ao entusiasta velejador, o Rei da Noruega ou a Taça Eficiência, prêmio dado a tripulação com o melhor retrospecto ao longo do ano nas diversas disputas realizadas.

A regata Pau a Pino de 1940 tem o mérito do pioneirismo em termos de regatas oceânicas em uma época que havia mais interesse pela aeronáutica no clube. Por iniciativa do Almirante Lemos Bastos e contando com a presença de José Cândido Pimentel Duarte, a prova tinha verdadeiro sabor de aventura, contando com um double proa vindo da Europa, um veleiro de ferro da companhia de Aviação Condor e alguns Guanabaras que, partindo da Baía de Guanabara, rumavam até a entrada da Baía da Ilha Grande, contornavam o farol Pau a Pino e retornavam até o través da Ilha de Villegagnon.

Desde a década de 60, o ICRJ é identificado como referência na vela, sendo natural, portanto, que o clube sediasse também importantes campeonatos de nível internacional como sul-americanos e mundiais - o primeiro Mundial sediado foi o da classe Star, em 1960, que projetou internacionalmente o clube. Além das já conhecidas, Regatas Buenos Aires-Rio, Santos Rio, Circuito Rio, Cape Town-Rio, Global Challenge e Regata Darke de Mattos.

O ICRJ promove semanalmente inúmeras regatas internas e campeonatos excepcionais que, em 2020, serão especialmente realizados em comemoração ao seu centenário. Muitos velejadores do clube são medalhistas pan-americanos, olímpicos e mundiais. A expectativa de bons resultados para o próximo ano fora do clube também é grande.