Cape to Rio 2023: da Cidade do Cabo até o Rio de Janeiro na maior regata oceânica do hemisfério sul
Em janeiro, o ICRJ recebeu mais uma edição da Cape to Rio, a mais longa regata oceânica do Hemisfério Sul. A empolgante e desafiadora competição existente há 50 anos teve largada no dia 2, na Baía de Table, Cape Town, África do Sul, para 16 barcos de diversos países - Brasil (2), Itália (1), Polônia (1), Estados Unidos (1), Guernsey (1), Índia (1) e África do Sul (9) – rumo ao Rio de Janeiro em uma distância de 3.300 milhas náuticas.
Após 19 dias, o veleiro catamarã Norhi, dos Estados Unidos, foi o Fita Azul (primeiro a chegar), cruzando a linha de chegada às 5h48 do dia 21 de janeiro. O veleiro catamarã brasileiro Aventureiro 4, do comandante Hans Hutzler, foi o segundo a chegar no dia 22, após 20 dias, 1h32min19s no mar, sendo recebido com muita alegria no clube.
Como tripulante do Aventureiro 4 (Cabanga Iate Clube de Pernambuco), o ICRJ teve o representante e capitão de flotilha Pierre Joulie participando da sua terceira Cape to Rio. “Apesar de se imaginar que uma terceira participação como uma repetição de outras edições, a Cape2Rio 2023 se apresentou completamente diferente das anteriores em que participei. Desta vez, o grande desafio foi um regime de ventos mais fraco com períodos longos de calmaria no Atlântico Sul, apesar de momentos de vento forte principalmente durante os ‘pirajas’. A regata foi mais longa para todos os participantes e nos surpreendeu a bordo do Aventureiro 4, pois tínhamos expectativa de realizar este percurso em menos tempo do que fizemos com o Saravah, um monocasco, nas edições anteriores. Ainda assim, foi uma grande honra ter sido convidado para compor a tripulação do comandante Hanz Hutzler na edição deste ano e ajudá-lo a cumprir este objetivo”, disse Joulie.
“Confesso que participar como tripulante foi muito mais confortável. Como comandante estamos envolvidos em uma série de preparativos e expectativas que geram uma tensão natural. Além disso, a preocupação com a segurança do barco e a tripulação é uma constante. Como tripulante tive a oportunidade de aproveitar a travessia mais relaxado, me concentrando na velejada e aproveitando os momentos de descontração. O barco é grande, porém muito bem planejado de forma a favorecer as manobras. E sendo um catamarã, portanto, muito mais estável, favoreceu a uma travessia muito confortável. Precisamos mobilizar os veleiros do ICRJ a participar desta regata, uma das mais tradicionais organizadas pelo nosso clube. A navegação é maravilhosa e CapeTown é uma cidade muito agradável e acolhedora, além da sua beleza natural se assemelhando muito a nossa cidade”, completou.
No cálculo de tempo corrigido, o grande campeão da edição nas classes ORC e IRC foi o Atalanta, de Adrian Kuttel, que cruzou o oceano solitário completando a regata na madrugada de 24 de janeiro. Ao decorrer da semana, outros veleiros participantes foram chegando e os últimos 3 cruzaram a linha de chegada no dia 30 de janeiro.
A Cape to Rio 2023 foi encerrada com a cerimônia de premiação no Salão Nobre no dia 2 de fevereiro, marcada também pela festa entre os participantes que confraternizaram ao som de ritmos brasileiros. A regata é uma das mais importantes provas de longa duração do mundo para veleiros de oceano e acontece desde 1971 a cada três anos, mas a próxima edição promete acontecer em um menor intervalo de tempo, já que a próxima largada está prevista 2025.
Fotos da premiação -> clique aqui
Resultados completos -> cape2riorace.com